domingo, janeiro 13, 2002

QUANDO EU MORRER
Mário de Andrade

Quando eu morrer quero ficar
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.

Meus pés enterrem na Rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça,
Esqueçam.

No Pátio do Colégio, afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos

Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia,
Sereia.

O nariz aguardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade ...

os olhos lá na jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O Joelho na Universidade,
Saudade ...

As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito é de Deus,
Adeus.

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