domingo, abril 07, 2002

Estou de bobeira em casa, lá fora está caindo uma chuva forte e gostosa. Adoro cheiro de chuva, adoro o jeito que o ar fica depois que ela foi embora. Um pouco antes da chuva começar a cair, estava lendo O Senhor da Chuva do André Vianco, muito apropriado eu diria, por isso resolvi transcrever um trecho do livro.

“ Gregório podia sentir a presença de cada elemento. Ele podia sentir! Uma gota da chuva espatifou-se em seu peito. Era como se ela penetrasse os poros de seu corpo inteiro. Era como se irrigasse sua alma. Como se o fizesse ferver. Não conseguia entender. Sentia-se com a força de dez, vinte homens. Sentia-se ungido de pura energia. Uma droga poderosa. Enfiou a cabeça para fora da janela, recebendo a chuva no rosto. A água inundou sua boca, escorrendo para dentro do corpo. Era como se algo ligasse seu interior. Sentia o gosto de mil coisas em uma gota. Mas mil coisas diferentes em outra. Sabia onde cada gota dágua transformava-se em vapor. Água nascente da montanha. Água do oceano mais próximo. Água dos quatro cantos da Terra. Ele sentia o poder. O poder de todos os seus sentidos. Era um novo homem,um novo ser.”

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