sábado, outubro 19, 2002

Esse texto não é meu, mas expressa o que eu estou sentindo e por que resolvi votar no Lula.

POR QUE VOTO LULA.

Voto Lula porque ele tem lastro político,
um partido consistente,
um programa viável,
uma equipe invejável.


Prefiro estar ao lado de Maria Victória Benevides, Dalmo Dallari, Fábio Konder Comparato, Marilena Chauí, Luiz Pinguelli Rosa, Emir Sader, Paulo Nogueira Batista Júnior, Marina da Silva, Eduardo Suplicy, Cristovam Buarque, Antônio Cândido etc. etc.
e também da CUT, da CMP e do MST, que estão com Lula, do que ficar mal acompanhado.


Lula não será a salvação da pátria, mas tem todas as condições para arrancar o Brasil da condição de Belíndia (este misto de Bélgica com Índia) ou de Colombina (a violência da Colômbia com a quebradeira da Argentina).
Enfim, reduzir consideravelmente a desigualdade social.


Segundo o Banco Mundial, insuspeito, 20% dos brasileiros mais ricos embolsam 64,1% da renda nacional, enquanto que a parcela 20% mais pobre fica com a migalha de 2,2% do bolo.
Entre sessenta países do mundo, o Brasil é o terceiro em assassinatos, atrás da Colômbia e de Porto Rico. Em 2000, morreram assassinados 45.919 brasileiros. Entre os jovens de 15 a 24 anos, o índice cresceu 48% na última década.
Dos 76,1 milhões de trabalhadores, 64 milhões têm ocupação e os demais estão desempregados. Dos que trabalham, 24,4% ganham no máximo 1 (um) salário mínimo por mês; 27,5% percebem até 2 (dois)salários mínimos;
13,6% recebem até 3 (três) salário mínimos; 14,2% são remunerados até 5 (cinco) salários mínimos; 12,5% ganham até 10(dez) salários mínimos; 5,1% recebem até 20 (vinte) salários mínimos; e apenas 2,6% percebem remunerações acima de 20 (vinte) salários mínimos, ou mais de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) por mês.
Tal estatística significa que cerca de 52% dos trabalhadores brasileiros ganham no máximo R$ 400,00 (quatrocentos reais) por mês. E há 1.049.939 crianças de 10 a 14 anos de idade no mercado de trabalho, das quais 39% trabalham entre quinze e dezenove horas semanais, sendo que 9% cumprem jornada semanal de 49 (quarenta e nove) horas ou mais.
Estas informações não são da CUT nem do MST. São oficiais, do IBGE.


Como trabalhador e metalúrgico e sindicalista, Lula priorizará os investimentos produtivos, combaterá a especulação financeira, promoverá a reforma tributária e, com ela, os mecanismos de distribuição de renda.


Se ele não assegurar a cada brasileiro ao menos um prato de comida por dia, ficará desmoralizado. É impensável um governo Lula sem reforma agrária, tributação do capital especulativo e uma política eficaz de combate à fome.


Lula vai inverter a pirâmide da educação que, no Brasil, anda da cabeça para baixo. Basta dizer que um terço da população com mais de 10 anos de idade é analfabeta funcional, pois não completou quatro anos de estudos.


Dos recursos do MEC destinados ao ensino médio, somente 8% vão para os alunos oriundos da esfera dos 20% mais pobres da população. E, dos recursos que chegam às universidades públicas, quase a metade é gasta com alunos que pertencem à casta dos 20% mais ricos da população.


O governo Lula vai injetar mais recursos na educação, estratégia prioritária para arrancar o Brasil do atraso.


Lula vai ... Vai o quê?


Sozinho ele não vai nada. A menos que elejamos, com ele, um Congresso Nacional progressista.
Ainda assim, isso não será o suficiente.
Se eleito, Lula só terá condições de governabilidade se houver mobilização permanente da sociedade civil.
Será o primeiro a governar não contra o povo nem para o povo, mas com o povo, transformando em real a nossa democracia formal.
É essa a aliança que tornará viável o governo Lula: com o povo brasileiro.
Fora disso, nem ele nem o PT têm salvação.


Mas, para que o sonho se torne realidade, é preciso, agora, todo empenho na eleição de Lula e de governadores, senadores, deputados federais e estaduais, que haverão de garantir condições para o Brasil mudar.


Mudar para melhor.


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